quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fragmentado

Desfragmentando-me em todos os pedaços
Analiso as partículas do ser eu
Observo consternado o abuso que sou
Assombrado pelo conjunto de improbabilidades que me formam.

Não é que eu não aprecie a dicotomia da minha alma
Só não me agrada a ideia de um tom acinzentado
Formando-se entre o preto e branco.
Assusta-me o "Tudo-é-relativo"
Pois na verdade "Nem-tudo-o-é"
Assombra-me a forma como as pessoas
Vendem seus valores por valores tão baixos
E diante da rendição de quem meus olhos jamais diriam que se renderia
Temo pelo meu eu.

Numa época onde nem as moléculas estão livres da desfragmentação
Desfragmento-me em todos os pedaços
Analiso as partículas do que sou
E luto para manter inabaláveis os meus conceitos
Numa estação de banal relativização
Pois não posso me dar ao luxo de render-me como os demais
Afinal, alguém tem que sofrer as consequências de crer no que todos creram
Mas não foram fortes o suficiente para morrer (e quem sabe, viver) por isso.

Por Marvim Mota

sábado, 1 de junho de 2013

Parnasiando


Sons que retinem em minha mente,
Instigando-me a ir além da monotonia,
Movendo meu pensamento à arte,
Pensamentos que poetizam o dia.
Levando-me a questionar a regra,
Escrever o verso com fervor
Simulando a dor de toda terra
Musicando em rima o labor.
Exitando diante do exitar,
No seguir, a arte brota,
Texto vivo, letra solta o ar,
Explicando a vida morta.

Para a frase, e rima e a nota,
Ostentando a bossa e a nova,
Emergindo da turma uma corja,
Sacerdotes do belo, renova
Inspiração, papel, anota:
Arte vive em poesia e proza.

Por Marvim Mota