terça-feira, 8 de outubro de 2013

Melancolia




Odeio sentir saudade de coisas que ainda não vivi... Mas sinto.
E sinto muito por mim mesmo, por sentir tanto.
"Pobre de mim", diria eu, se não me soasse tão sarcástico a mim mesmo.
Em vez disso aprecio a melancolia como quem degusta uma melodia aconchegantemente triste.
Embriagando-me em doses irresponsáveis de musica e poesia,
Sorrio na face da desgraça enquanto inalo o aroma destilado pelos poros dos meus versos.
Entorpecido, caminho pelo teclado abraçado com a espera (fiel companheira), pedindo-lhe que 
me confidencie uma rima nova para o poema perfeito que não escreverei.
Discorremos de forma filosoficamente imbecil como chegamos até aqui,onde batizei Lugar Nenhum,
Lugar onde todos nos abraçamos enquanto o mundo desmorona por trás de olhos vendados e falsos sorrisos.

Desconsidere meu torpor niilista, é apenas a melodia ou a verdade oculta em nossa carne.
Surpreendo-me em como podemos sorrir em meio a essas notas descompassadas 
Em como se consegue ver onde nunca ouve, e assim agindo, agora ha.
Eu sei, tudo soa sem sentido, talvez não haja sentido algum... ou talvez tudo seja apenas uma questão de ponto de vista.
Você escreve a poesia ou a poesia lhe escreve?
Mistério eterno q jamais se desvendou... Assim como nosso futuro, belo e misterioso.
Incompromissível ao meu pobre ser, que limita-se a conter-se em sua abrupta inquietude.

Odeio sentir saudade de coisas que ainda não vivi... Mas sinto.


Por Marvim Mota