quinta-feira, 24 de julho de 2014

Como Realmente Aconteceu

   
   E ouve o dia em que nada mais fazia sentido, depois de se odiar com todas as forças, decidiu odiar o mundo... "porque direcionar a mim, se posso odiar o transito, o motorista, o passageiro, a musica, o vento na janela, a voz do anunciante, a grama do vizinho, o vento na janela, a musica, a garoa, o vento na janela...?"
   E depois de desacreditar na poesia e nos próprios sentimentos, depois de negar a existência da beleza pura e do que é incondicional. Depois de negar os versos e o sorrir banal. Depois de negar si mesmo e sua própria essência, depois de negar o obvio e se unir a Nietzsche, e depois de se tornar um tolo e o sofrer fetiche... Você a viu.
   Olha-la foi como voltar a sexta série e receber um grito do professor, foi como voltar a adolescência e escutar pela primeira vez a batida ensurdecedora de um bom dubstep, foi como versos penetrando a pele purificando o sangue, foi como Tolkien me dizendo que era verdade, foi como Platão gritando ao meu ouvido em um riso sarcástico, foi como Lewis desvendando meus olhos para um novo mundo e este mundo era ela. Foi como Chesterton me sorrindo com o obvio, foi como Cicero me relembrando a poesia com um som que me parecia novo, e era o som do riso dela... Foi como Moises dividindo os hemisférios do meu cérebro, foi como Eistein com a língua pra fora tomando um sorvete misto dizendo que tudo é relativo exceto o olhar dela lhe causando borboletas no estomago, foi como David Bowey ao meu lado me dizendo pela centésima vez: "We can be heroes just for one day". Foi como Gaiman me apresentando um novo Perpetuo, foi como ver Shakespeare embasbacado com tal visão, foi como Paulo me dando um exemplo para aquela sua tentativa de definição.
    E eu temi que fosse fantasiar com a realidade, mas ela me tragou em seu devaneio e te digo que isto é a verdade, sou o rei de um novo mundo e plebeu por afinidade, sou Prometeu com o fogo dos deuses o distribuindo à humanidade, receba estas afirmativas como tua carta de liberdade, pois com minha alma eu testifico Ela existe e é de verdade. Dançamos juntos pela cidade (não em metáfora, literalmente), enquanto os Beatlles e toda a gente nos aplaudia em tom veemente.
   
Por Marvim Mota

domingo, 20 de abril de 2014

Ele

Sou o que sou
E nada sou alem do que sou
A Tua graça me alcançou
Apesar de tudo que sou.

Mas Tu És aquilo q És,
És a luz para os meus pés
Soberano para sempre És
Oh desejado das nações.

Toda língua dirá quem És
Dos fieis aos infiéis
Se prostrarão ante aos Teus pés
Com o temor nos corações.

Apesar de mim, Tu ainda És
Fiel e amável, pra sempre És
Em misericórdia me concede fé
Eu nada sou, mas eu sei quem És.

Por Marvim Mota
(Ao som de Sleeping Giant - He Will Reing)

sábado, 12 de abril de 2014

Verde


Testifico do que vivo e vejo
Verde cor do meu encanto e medo
Verde mar no qual me lanço inteiro
Naufragado no feliz receio.

Estopim de tal beleza e apreço
Verde luz nas tuas janelas vejo
(Não ha taxa, nem tributo ou preço)
Mesmo quando minhas janelas fecho.

Verde medo e em meu temor me escondo
Verde escudo em meu braço, pronto,
Verde força que destrói o ponto
No qual eu me escondia tanto.

Eis a arca onde guardei tudo,
Eis o verso que mantive mudo,
Eis a oferta para a verde cor
Avistada quando o sol se pôr.

Por Marvim Mota
(Ao Som de: Gorillaz - Sound Check [Gravity])

domingo, 6 de abril de 2014

Flamejante Mundo Novo

  Cessou-se o momento
Brotou-se silencio
Nasceu a poesia.

Gerou-se o confronto
Colisão do encontro
Os raios do dia.

Abrem-se as portas
Nenhuma linha torta
Pagina vazia.

Preciosa vida nova
Fênix q se renova
Na luz q não se via.

Primoroso voo belo
O inesperado se revela
Tudo aquilo que queria.

Sem enxergar o q se vem
Gloria dada a Quem a tem
Tua vontade feita, Amem.

Por Marvim Mota
(Ao som de The Nationals - BloodBuzz Ohio)

terça-feira, 25 de março de 2014

Sobre Muitas Coisas

De absinto abastado, 
abatido.
Aturdido, 
Retorcido, 
Recolhido,
Refeito.

Renascido, 
Renovado, 
Ressurgido,
Ressuscitado.
Divinamente reorganizado,
Divina dor do agonizado,
Divina vida, vivificado.
Sangue de Cristo, Justificado,
Divina Graça sobre o pecado,
Divida paga, quitado o saldo.
Incompreensível, de Saulo a Paulo, 
O preço da vida, meu preço, ama-lo.

Por Marvim Mota
(Ao som de Scar Tissue - RHCP)

segunda-feira, 17 de março de 2014

Um Poema a Mim Mesmo


  
Dedico estes versos a mim
A tudo que eu vi
Ao que sobrevivi
Ao reflexo que encaro
Que cumprimenta-me a sorrir.

Dedico estes versos ao labor
Aos amigos e a dor,
As piadas e ao sabor
Das horas que rolamos vários dados com fervor.

Dedico esta rima ao saber,
Às cicatrizes do viver,
À cada dia que levanto
remodulando-me no ser.

Dedico esta estrofe ao Senhor,
Diante do pó que me formou,
Diante do amor que me doou,
Contemplando o nada que eu sou
Dedico esta vida ao Senhor.

Dedico este poema ao crescer,
à experiencia de envelhecer
Ao ser o que se deve ser
A alegria de poder dizer
Que ainda não É, mas está a SER.

Marvim Mota

terça-feira, 4 de março de 2014

Calendario



 E depois de tudo...
Esperando a chuva passar,
Esperando a hora chegar,
Esperando o dia raiar
Esperando o filho nascer
Esperando a voz me dizer
Esperando falar de você
Esperando ser.

E depois de tudo...
Esperando alguém me notar,
Esperando uma mão estancar,
Esperando um auxilio surgir,
Aguardando uma força emergir,
Só um fato, um milagre, um sorrir,
Só um dane-se, um virar-se e ir,
Um irar-se, quebrar-se, emergir,
Por você, por nós, por mim,
Um impor-se, um impasse,
Enfim.

E depois de tudo... Eu estou aqui.

Marvim Mota