quinta-feira, 25 de abril de 2013

Refém


   
   A ausência das tuas palavras em meu ouvido fez um temor pairar sobre mim, inebriando minha lucides, disseminando uma fragilidade interna que já n me é desconhecida. Entretanto, não aprecio a companhia dela, pois seus sussurros dão calafrio na alma e preenchem com saudade o espaço vazio dos meus olhos.
   Meu olhar não se cansa das tuas fotografias, mas meus ouvidos bradam em rebelião, erguem seus estandartes em revolta, aliam-se ao meu coração oco e apoderam-se do território do meu cérebro pra me dizer que: Suas fotos não possuem sua voz... Seu sorriso é estático, no olhar não ha vida, não tem seu riso farto, não me contam da vida, não perguntam e não ouvem, não respondem nem cheiram, suas fotos não entendem de amor, não reclamam na segunda-feira.
   Em um clichê cosmicamente planejado, a chuva se inicia enquanto escrevo palavras ditadas pelos meus ouvidos, de quem sou refém. E suas fotos não comemoram a garoa, apenas sorriem belamente de forma estática, satisfazendo meus olhos q não se incomodam com a batalha que travo.
   Meu coração oco bombeando revoltado, fica mais preguiçoso em seus serviço quando me deito p dormir. Meus olhos, agora cansados, anunciam o fim do serviço diário. Meus ouvidos ainda permanecem no território dominado, mas já demonstram desistência.
   Porem, quando fito sua imagem uma ultima vez, em uma ação desesperada eles se apoderam dos meus lábios e empurram boca afora uma frase à sua foto:
- Boa noite princesa.
   Apenas o silencio como resposta.

Por Marvim Mota

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