quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A intrigante história de como cheguei aqui

   É estranho, eu sei, mas ainda me lembro de como tudo aconteceu.
   Eu estava lá, nadando vagarosamente, coçando minha calda, trocando um papo legal com outro espermatozoide que estava ali de bobeira. Não era uma conversa muito interessante eu admito, mas um papo tranquilo, daqueles que agente tem quando quer conversar mas não quer pensar muito.
   De repente ouve uma agitação, notei que meus companheiros estavam inquietos, todos falavam ao mesmo tempo então eu não conseguia entender o assunto. De repente um tremor assombroso e todos silenciaram... No entanto, notei que não havia panico em meus colegas, mas ansiedade.  Curioso, decidi perguntar o que estava acontecendo, mas antes que eu começasse a frase, todos inesperadamente começaram a nadar para longe, (na verdade, praticamente voavam)... Por um segundo eu observei aquela loucura, depois pensei:
 -"Se todos estão correndo tão loucamente na mesma direção, é porque algo bom está lá, e levando em consideração o caráter desses egoístas miseráveis, não deve haver o suficiente para todos."
   Imediatamente me pus a nadar como um desesperado e logo já havia alcançado a enorme balburdia dos meus atuais adversários. Eram milhões nadando juntos, na mesma direção, gritando e praguejando.
   Avistei a uma curta distancia o colega com quem eu papeava antes da confusão e decidi tirar a duvida, devido ao barulho do momento eu tive que perguntar berrando:
 -Porque todos estão nadando nessa direção?!
 - Sei lá, mas deve ser algo bom. E não deve ter pra todos.
   Nos encaramos, e um sentimento de competição nos tomou. Nadamos velozmente  atravessando os mínimos espaços vazios deixados pelos adversários, já estávamos a frente e pareados um com o outro quando avistamos à nossa frente uma enorme esfera rosada. Achei estranho: "Era isso?! Bom, deve ser de comer.". Aproveitei o embasbacamento do meu oponente e avancei como um raio em direção a esfera, fui tão veloz que atravessei sua camada indo parar em seu interior. Nadei procurando a saída, mas não encontrava. Ouvia meus antigos parceiros praguejando a derrota (que eu não entendia), até que suas vozes foram silenciando-se.
   As transformações começaram lentamente, e depois de 9 meses chegaram ao fim e eu nasci.
   O que eu achei desse lado do mundo? Bom, se eu soubesse que era para isso que eu estava nadando, teria ficado lá coçando minha calda.

Por Marvim Mota

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