quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eu e Deus

   Castigue-me Deus, imploro que pese sobre mim Tua mão. Que me repreenda por minha insolência, que me castigue por ousar dizer servir-te e trair a Ti sutilmente. Teu desprezo e abandono deve ser minha recompensa. Odeie-me como a um inimigo, rejeite-me como a um filho bastardo, penitencie-me como a um herege.
   Foi pela Tua ira que esperei. Mas no silencio Tua mão me acariciou, concedeu-me Tua presença e me acolheu, contra toda logica me amou. Me compreendeu e me apresentou as minhas limitações, não negou os olhos ao meu erro, porém, no meu reconhecimento, dele se esqueceu.
   E diante da Tua magnitude, odiei-me por saber que jamais poderia fazer algo que fosse digno de Ti... E mais uma vez o Senhor me ensinou: Tens tudo que precisa, mas queres a mim. Assim como sou...Limitado, falho, cabeça dura, que tenta seguir em frente em meio aos tropeços, tentando imitar Àquele que me ama quando tem razões para odiar-me.
   Me apresentou Tua graça, o amor sem limites, o favor imerecido, concedido a mim pobre cristão pecador.

Por Marvim Mota

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