sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tipo um Evangelismo, Sacô?


- Então tu agora é crente vey?
- Isso aew maluco, agora eu sou de Jesus.
- Mas por que doido?
- Ah nego, depois de entender a parada que Jesus fez por mim, truta, eu num guentei... Entreguei o guidom da minha vida a ele vey.
- Mas Jesus num foi coisado na madera mermão?
- Foi nego, mas num ficou apagado. Ele deu um tempo de 3 dia e voltô vivão. Agora ta olhando nois de camarote com o Paizão até vim de lá.
- Ta, mas que parada foi essa que Ele fez pra tu?
- Num foi só pra mim nego, foi pra tu tambem.
- Pra mim? o que? Eu num recebí nada.
- É por que ainda num aceitô nego, tá ligado quando coisaro Jesus na madera?
- Sei.
- Então, coisaro Ele por que Ele deixô, se Ele quisesse num teriam coisado Ele, sacô?
- Mas porque Ele deixô vey? Ele tava doidão?
- Tava nada, é que Ele tinha que ser apagado pra salvar o povão, ta ligado?
- To não pivete.
- Se liga mano, o mundo tava nadanu na merda, e tipo, quando alguem dava um vacilo com Deus tinha que fazê um monte de parada pra ficá de boa com o Paizão. Sem contar nego que o povão num falava com Deus em linha direta não mermão.
- Não?
- Não nego, tô te dano a ideia. Oia, tinha um truta lá que era o único pra bater o fio com o Poderoso, e mermo assim inda corria risco de receber um corretivo se num tivesse de boa.
- Mas e Jesus, maluco?
- Jesus veio mudá essas paranoia vey. Ele vêi salvar nois e deixar as coisa mais facil pra chegar no Poderoso.
- Como mano?
- Se liga. Quando o povão vacilava, tinha que matar um carnero, sei la, aquele bicho lá. Matavam o bicho pra paga a divida do vacilo, e as vêis nem assim dava jeito nego, e aew tinham que matar quem cometeu o vacilo pra o povão todo num morrer.
- Rapaz, ser crente era dureza assim?
- Então, mas o Paizão tava ligado na parada. Ele se ligou que num dava mais pra seguir esse sistema. Alguem precisava levar os vacilo do povão todo, de todos us tempo, porque senão...
- Todo mundo ia se lascar.
- Issaew mano, e Deus é Pai né vey. Então, tinha que ser alguém firmeza tá ligado. Como aqui num tinha nimguem...
- Jesus vêi.
- Isso. Porque Ele é o firmeza dos firmeza, saca? Então, quando Ele foi coisado. Ele tava fazenu tipo o que faziam com o bicho lá, o cordêro, saca? Mas Ele tava levanu os vacilo de todo mundo vey, até os teu.
- Pow cara... Mas... Precisava não.
- Precisava sim nego. Jesus quer que todo mundo curta o céu com Ele mano, mas pra isso tem que entregar o guidom da tua vida a Ele.
- Sei não vey, eu vô ter que largá muita coisa.
- Ih mermão, fica preso a isso não nego, essas parada daqui é tudo xaveco, mó caô, passa logo. Com Jesus é alegria direto, por que ta ligado que nois sempre fica naquela onda de que ta faltando alguma coisa e tal?... Que nem um buraco no peito... Jesus é tipo, do tamanho desse buraco, saca? Ele apaga essa onda, porque com Ele tu se liga que não precisa de mais nada... Encontrou teu sentido.
- Dahora.
- Oh, vô te menti não, tem hora que bate a vontade de caí nas parada denovo, mas isso é coisa do rabudo.
- O diabo.
- Ele mermo. O diabo é um vagabundo mano. Mas eu desso o joelho, falo com o Paizão, e JEsus desse de pau no sacana. Aew fica tudo deboa.
- Jesus é muito hardcore.
- Ôh se é... Mas eaew vey? Vai sê ou ta dificil?
- Já é.
- Isso aew maluco, é a melhor escolha da tua vida.
- Mas vey, tô pensano numa parada. Porque os pastor num explica desse jeito? Pow, os cara parece que tão falano em outra lingua.
- Ih, falar em outra lingua já é outro assunto mano. Vem cá, repete comigo: "Firmeza dos Firmeza...

Por Marvim Mota

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Conversa com o Travesseiro


O tempo passou
O show acabou
Nada ficou
Então dane-se.

O certo perdeu
Nimguem entendeu
De tudo esqueceu
Mas dane-se.

Não adianta tentar
Sempre vai errar
Até quando acertar
E nimguem vai lembrar
E nimguem vai ligar
Nem se importar
Pois todo teu mundo
Tornou-se um segundo
E deste segundo 
não importa a intenção
Nenhuma oração
Mudará o que ocorreu
O que se entendeu
Talvez entendeu
Mas já não se importa
"Afinal quem tu és?"
O que é casamento?
O que é emoção?
O que é amizade?
defina intenção
Defina atenção
Definha razão
Deu fim a razão
Deu fim
O fim
Então dane-se!

Por Marvim Mota

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A Mentira


   Claudio fechou a porta atras de si e foi se arrastando pela sala, teve um dia cheio no trabalho, tudo que mais queria agora era tomar um banho e dormir:
-Rápido! Rápido  Toma banho que a gente já ta atrasado. (diz sua esposa Sônia passando por ele com as sandálias na mão).
- Atrasados? Pra que?
- Pra reunião na igreja, esqueceu? O pastor não quer que nimguem falte.
   A reunião, é claro. Claudio passa a mão pelo rosto franzindo o cenho. Não consegue entender por que o pastor faz tantas reuniões: Reunião pra tratar das crianças, reunião pra oração, reunião da reforma, reunião pra cantina... Ele é o pastor, ora bolas, não era ele que devia decidir?
- Não vou. (Disparou Claudio).
- Como é?
- Olha Sônia, eu to cansado, quero dormir. Se quiser, pode ir.
- Eu não posso ir sozinha. Se chegar lá sem você vão pensar que a gente brigou, que você ta desviado ou sei lá o que.
- Então não vai. (Disse ele já entrando no banheiro).
   Depois do banho, ele deitou. Sônia foi assistir um pouco... O telefone toca:
- Alô?
- Paz do Senhor irmã Sônia.
   O pastor!
- A paz pastor! Que surpresa!
- Só queria saber como estão.
- Ah... tudo na benção.
- Bem, é que...
   Ah não, agora o pastor iria repreende-la, da-lhe um sermão longo sobre aqueles que fazem a obra do Senhor de forma negligente... Ela não iria aguentar, como olharia para o pastor no domingo? Então o interrompeu antes que começasse:
- O Claudio está doente.
- Doente? O que ele tem?
- Ah, é... Febre, olhos vermelhos, dor no corpo, uma coisa bem estranha.
- Mas ele estava tão bem.
- Pois é pastor, essas coisas acontecem.
- Bom, eu to perto dai, vou passar aí rápido pra vê-lo.
- Não pastor, não...
   Já havia desligado. Sônia corre para o quarto pra acordar o marido e contar o caso:
- Por que você fez isso? ( Irritou-se ele).
- O que queria que eu dissesse?
- Tudo bem, quando ele chegar eu explico tudo.
- Ótimo, então diz a ele também que preferiu ficar dormindo do que ir pra reunião.
   Claudio lança-lhe um olhar de espanto como se só agora lembrasse de tudo. De repente, duas batidas na porta:
- É ele. (Sussurra Sônia).
- Shhh.
   Depois de poucos minutos as batidas sessaram. Os dois continuaram em silencio. O celular toca:
- A paz pastor. (Atende Sônia arregalando os olhos pra Claudio que agora perambula pela sala).
- Ah o Senhor esteve em casa? Bom, é que... O Claudio piorou, Apareceram manchas verdes nele, e as unhas... Ficaram azuis... É azuis, é... Aí eu tô no táxi a caminho do hospital, quando eu chegar lá ligo pro senhor.
   Ela desliga, Claudio suspira:
- É melhor a gente dormir. (Fala ele).
- E depois?
- Depois o que?
- O que vamos dizer? (Pergunta Sônia preocupada).
- Ah, diz que foi um milagre, sei lá, qualquer coisa.
   Os dois deitam, em poucos segundos dormem. No meio da madrugada o celular toca. Meio sonolenta Sônia atende:
- Alô?
- Sônia! Como ele está?! Ta melhor?!
   O pastor! Sônia salta na cama ficando de pé sobre ela, no movimento, Claudio acorda gritando. O pastor preocupado pergunta:
- Jesus! É a voz dele! Sônia! O que aconteceu?!
- Er... Ele... Ele...
   Claudio percebe o que ha e revira os olhos. Sônia lhe chuta o braço e ele grita novamente. Ela embarga a voz:
- Ah pastor ele piorou.
- Mais?! (Indaga o pastor em espanto).
- A cena é horrível, a barriga cresceu e o cabelo caiu.
- Misericórdia Senhor! Irmã isso não é normal!
- Deve ser coisa do inimigo. (Diz ela simulando choro).
- Me diga em que hospital vocês estão, que eu vou até aí orar por ele.
- NÃO! (Grita ela).
- Não?!
- Não... Não...
   Sônia começa a gritar e chorar, Claudio arregala os olhos confuso:
- Não! Não meu Deus!
- Sônia! O que ouve irmã?!
- O CLAUDIO MORREU PASTOR!!!
- Oh Jesus... Irmão Claudio não!
   O pastor desaba em prantos. Sônia ainda gritava, Claudio pedia pra ela ser mais cautelosa para não acordar os vizinho:
- POR QUÊ?! CLAUDIO NÃO! OOOOIII PASTOR!!!
   Ainda em meio as lagrimas o pastor lembra da igreja:
- Irmã, vou cancelar a reunião de amanhã, pra quer possamos orar para o Senhor lhe dar forças.
- Iria ter outra reunião amanhã?
- Não irmã, a reunião é amanhã.
- Mas o senhor ligou hoje cedo...
- Só pra lembrar a vocês... Oh irmã, me perdoe, esqueci que o irmão Claudio não está mais estre nós.

Por Marvim Mota

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Oi

Perdido em pensamentos,
Sentindo-se estranho,
Lembrando de um momento
Que talvez seja sonho,
Ontem.

O que era, que não é, que já foi.
Apegado a imagem de um oi.
Uma fagulha de esperança que irradia a mente,
Apesar de não ser nada, sabe disso e pra si mente.

O ontem que não volta,
E se voltasse, que importa?

Você não entenderia, talvez nimguem realmente entenda.
Não ha uma ânsia por retorno, mas é o que ouve que lhe contenta.

O fonema dos lábios a sua frente,
Foi um segundo que se passou.
Não significou nada pra essa gente,
Na mente dele, ela o enxergou.

Por Marvim Mota

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Na Cidade da minha Mente

   Odeio essa expressão irônica da folha em branco me encarando, seguro o lápis no ar esperando a ideia brotar... E nada.
   O papel em branco continua encarando-me ironicamente, gabando-se pela ausência de rabiscos em sua superfície  (Pergunto-me se deixar a minha teimosia de escrever a mão e passar  digitar os textos evitaria esses constrangimentos).
   Respiro fundo e visito os recônditos da minha mente em busca de alguma ideia antiga, o que avisto é assombroso... Há uma cidade  lá, repleta de historias e personagens abandonados. Ao me ver, todos se aproximam, querem ser escritos, querem saber os rumos de suas histórias, (mal sabem eles que nem eu sei o rumo da maioria deles)...Meu desejo é um texto curto. Procuro entre eles alguém que possua uma breve aventura que resuma sua vida em uma ou duas paginas, Mas todos possuem características marcantes que, ao meu ver, seria u desperdício rejeita-las.
   Entretanto, minha coragem para historias longas está meio fraca... Decido observa-los, são tantos, até mesmo personagens que não são minhas criações estão ali.
   Os ninjas da noite (!!!)... minha primeira criação... Estão reunidos, implorando um remake... E que "por favor, mude o titulo".
   Mais próximo a mim, outro personagem... Cometa, diz já conhecer seu trágico fim, mas gostaria de vê-lo num papel. Atras dele, vejo Vertigo me mostrando suas inúmeras versões, me pedindo para escolher uma, "qualquer uma", disse ele.
   Red, me ameaça com uma arma estranha, diz que vai explodir meu cabeção se eu não escreve-lo, depois sorri e me abraça afagando minha cabeça, dizendo estar brincando. (Não falei nada, mas tive duvidas quanto a isso.).
   Um jovem nefilin apareceu ofegante, pediu para que eu contasse sua historia. Perguntei o motivo da falta de folego, ele contou que estava cassando uma entidade demoníaca e não podia ficar ali, saiu voando.
   Havia outros que eu não conhecia, mas já imaginava seus enredos. Decidi voltar a minha normal consciência (se é que minha consciência é normal) para decidir o que escrever, olho o papel e... Ora, vejam só! Escrevi algo! Não é grande coisa e não quer dizer nada, mas enfim, é um texto.
   Meus personagens vão ter que esperar um pouco mais.

Por Marvim Mota

sábado, 17 de novembro de 2012

Virgulas, não atrapalhem a poesia.


Você 
mexas cor de mel mechas com meu céu...
mas deixa azul que é bonito
meu amarelo de um elo esquisito 
meio borrão
mas pra você fiz um som de verão 
como a Estrela da manhã
e nosso amanhã um dia sera o agora?
ou só outra hora?
desculpas pra falar sem dizer de você
Ha uma fome no meu ser...
quanto ao bolo sabor de saber ..
que gere mas prazer que a cereja.
ou seja quem eu sou tu gostas de quem eu seja
que cereja? você sabe! todo bolo bom tem com certeza
é só o que tenho meu empenho basta? e não importa quem faça o que se é amor não passa não gasta..

Por Vinicius Santos

domingo, 11 de novembro de 2012

Fim de Tarde

Estou cansado,
A hora não passa
A mensagem não chega
O dia se atrasa
Não ha nada na mesa
Não ha nada na mão
Quase joguei ao chão
O que foi dado a mim
será sim, será não.

Estou cansado,
Quero descansar os pés
Quero deitar na cama
Esquecer os fieis
Nunca liguei pra fama.
Desligar a bateria
E talvez o microfone
Esquecer a ousadia
E ser só mais um homem

Estou cansado,
Quero descansar a dor
Nunca quis ser ator
Esqueci o que é fingir
Ainda da pra sentir.
Falar doí ainda mais
Tentar ser bom rapaz
Todos dizem que não
Não tem Teu coração
Sento aqui, tomo um chá
Até a dor passar
E não olho pra lá
Sento, espero.

Estar cansado,
Privilegio que não é meu
Sem fé pra ser ateu
Desistir é pros fracos
Digo aos meus sapatos
Levanto, ando, Vou.

Por Marvim Mota

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A intrigante história de como cheguei aqui

   É estranho, eu sei, mas ainda me lembro de como tudo aconteceu.
   Eu estava lá, nadando vagarosamente, coçando minha calda, trocando um papo legal com outro espermatozoide que estava ali de bobeira. Não era uma conversa muito interessante eu admito, mas um papo tranquilo, daqueles que agente tem quando quer conversar mas não quer pensar muito.
   De repente ouve uma agitação, notei que meus companheiros estavam inquietos, todos falavam ao mesmo tempo então eu não conseguia entender o assunto. De repente um tremor assombroso e todos silenciaram... No entanto, notei que não havia panico em meus colegas, mas ansiedade.  Curioso, decidi perguntar o que estava acontecendo, mas antes que eu começasse a frase, todos inesperadamente começaram a nadar para longe, (na verdade, praticamente voavam)... Por um segundo eu observei aquela loucura, depois pensei:
 -"Se todos estão correndo tão loucamente na mesma direção, é porque algo bom está lá, e levando em consideração o caráter desses egoístas miseráveis, não deve haver o suficiente para todos."
   Imediatamente me pus a nadar como um desesperado e logo já havia alcançado a enorme balburdia dos meus atuais adversários. Eram milhões nadando juntos, na mesma direção, gritando e praguejando.
   Avistei a uma curta distancia o colega com quem eu papeava antes da confusão e decidi tirar a duvida, devido ao barulho do momento eu tive que perguntar berrando:
 -Porque todos estão nadando nessa direção?!
 - Sei lá, mas deve ser algo bom. E não deve ter pra todos.
   Nos encaramos, e um sentimento de competição nos tomou. Nadamos velozmente  atravessando os mínimos espaços vazios deixados pelos adversários, já estávamos a frente e pareados um com o outro quando avistamos à nossa frente uma enorme esfera rosada. Achei estranho: "Era isso?! Bom, deve ser de comer.". Aproveitei o embasbacamento do meu oponente e avancei como um raio em direção a esfera, fui tão veloz que atravessei sua camada indo parar em seu interior. Nadei procurando a saída, mas não encontrava. Ouvia meus antigos parceiros praguejando a derrota (que eu não entendia), até que suas vozes foram silenciando-se.
   As transformações começaram lentamente, e depois de 9 meses chegaram ao fim e eu nasci.
   O que eu achei desse lado do mundo? Bom, se eu soubesse que era para isso que eu estava nadando, teria ficado lá coçando minha calda.

Por Marvim Mota

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Mora amor Roma

O amor não é sorte
Não é euforia, excitação,
Não é vida, nem morte.

O amor não é poesia,
É uma pena que não seja música
O amor não é realidade nem fantasia.

O amor não é trato,
não é a comida no prato
nem o outro par do sapato.
Não é boato nem fato.
Não é começo nem fim.

O amor não é um espasmo,
não é um sorriso farto,
não é Kurt Cobain.
Não está escrito no espaço,
talvez em Paulo de Tarso
ou talvez em nimguem.

O amor não é nós,
é só eu e você,
é a complexa voz que não tem nada a dizer.
Defini-lo contudo é uma tarefa inexata
pois o amor é um tudo
recheado de nada.


Por Marvim Mota


terça-feira, 23 de outubro de 2012

Depois do Colégio

- E ae brother.
- Opa.
- Já resolveu?
- Resolveu o que?
- A parada que agente tava conversando, sobre que profissão seguir agora, com o fim do colégio é hora de decidir né?
- Ah, sei lá cara, quando agente cresce muita coisa vira uma porcaria... Tipo, se você me perguntasse isso aos meus 8 anos eu ia te dizer: Bombeiro, salva-vidas, Dinossauro. Hoje em dia tudo é meio sem graça. Além disso, já te falei, quero ser artista.
- Tá, mas você disse que seu pai marcou de conversar com você sobre profissão... Você disse o que a ele?
- O que todo mundo diz hoje: "Quero ser publicitário."
- Mas você quer ser artista.
- É, mas tenta dizer isso p qualquer pai... Hoje em dia é mais fácil contar que é gay do que contar que quer ser artista.
- Putz.
- Se bem que se eu fosse gay, talvez eu tivesse mais chances de sucesso no ramo.
- De publicidade?
- Não, de arte... Já reparou que muitos ícones da arte (os mais lembrados pelo menos) tinham tendencias homossexuais?
- Uhum... Sei.... mas... na boa, esse papo ta esquisito, onde você quer chegar?
- Eu não sou gay cara! Pow, nem pra arte eu tenho sucesso! Não da pra me pegar com homem... Nunca vou ser um artista de renome.
- Já pensou em seguir outra carreira?
- Hum.. Será que eu me saiu bem como dinossauro?

Por Marvim Mota

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Você

Vejo você aqui, e na minha triste mania de racionalizar os fatos, percebo que não existe logica alguma nisso.
Você, modelo de formosura, de alegria plena e pura, 
e também de um pouco de loucura, sussurrando aos meus ouvidos poesia que trás cura.
Você, perfeita criação de Deus, amando a mim que sou apenas eu.
Onde está o sentido?

Tentei calcular a logica, mas desconheço a equação, 
nem lembro de nenhuma formula especifica para a ocasião,
além disso não existe um simbolo que represente tuas características 
que em sua totalidade me arrebataram,
(e confesso que criar tal simbolo me soa quase como pecado).

Daí olhei ao meu redor e percebi que se não compreendo a natureza que me cerca,
como poderia compreender a você?
Obra-prima divina, criada com uma certa sina,
complexa aos meus olhos, fazendo com simplicidade escolhas que me fascinam.
Amando a mim, pobre plebeu.
De fato, não vejo sentido, mas talvez não deva ver,
sou um sortudo agraciado,  isso é fácil de entender.
E no fim, nem entender importa, importa apenas você,
inalcançável alcançado, sonho realizado, imagem viva de um sonho meu,
amando a mim que sou apenas eu.

Por Marvim Mota





quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Através dos meus Olhos

   E se eu dissesse que discordo?
   Que as nuvens são feitas de algodão sim.
   Que a Lua é a irmã mais velha do sol que aparece quando ele vai dormir.
   Que existe um céu pra onde os cães vão.
   E que os loucos não conversam sozinhos, falam com seus amigos invisíveis, sendo assim não são loucos.
   E se eu dissesse que cada livro de ficção revela um mundo real?
   E que nas guerras só morrem os maus.
   Que as estrelas não são gazes luminosos... (quem foi o idiota que disse isso?)... O que são? São estrelas, ora essa.
   E se eu dissesse que envelhecer é uma grande aventura?
   E que a aventura está lá fora e não no Facebook.
   E se eu dissesse que há alegria em todo lugar?
   Talvez você não creia, talvez me ache louco. Mas no intimo desejará comprar meus olhos, mas porque eu o trocaria por seu papel?
   As janelas da minha alma não estão a venda, mas posso empresta-las... Adquira meus olhos e seja bem vindo ao meu mundo... Consegue ver? Oh por favor, não responda, está se iniciando um novo dia, silencio, contemple, o espetáculo começou.

Por Marvim Mota

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Eu e Deus

   Castigue-me Deus, imploro que pese sobre mim Tua mão. Que me repreenda por minha insolência, que me castigue por ousar dizer servir-te e trair a Ti sutilmente. Teu desprezo e abandono deve ser minha recompensa. Odeie-me como a um inimigo, rejeite-me como a um filho bastardo, penitencie-me como a um herege.
   Foi pela Tua ira que esperei. Mas no silencio Tua mão me acariciou, concedeu-me Tua presença e me acolheu, contra toda logica me amou. Me compreendeu e me apresentou as minhas limitações, não negou os olhos ao meu erro, porém, no meu reconhecimento, dele se esqueceu.
   E diante da Tua magnitude, odiei-me por saber que jamais poderia fazer algo que fosse digno de Ti... E mais uma vez o Senhor me ensinou: Tens tudo que precisa, mas queres a mim. Assim como sou...Limitado, falho, cabeça dura, que tenta seguir em frente em meio aos tropeços, tentando imitar Àquele que me ama quando tem razões para odiar-me.
   Me apresentou Tua graça, o amor sem limites, o favor imerecido, concedido a mim pobre cristão pecador.

Por Marvim Mota

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Melodia e Poesia

Silencio,
Nasce o primeiro som,
Brota a primeira nota,
Revela-se o seu tom.

Melodia que irradia, iluminou-se o dia?
"Não, apenas uma canção."
Talvez seja isso que diria
Mas se engana quem pensou um dia
Que canção é só canção.

Música não vem da alma,
Isso é clichê, ela vem da mão,
A mão ansiosa e calma
Que é escolhida pela canção.
O som escolhe o ouvido
E a voz seu representante
Os que entendem que é divino
O som que dura um instante

A distorção que acalma a alma
A sinfonia extravagante
A voz meliflua que nos afaga
E deixa o metrônomo desconcertante.

Se a letra importa revela o oculto,
Se não importa vai a emoção
Oferece chá e mostra em miúdos
Porque ela é uma boa canção.

E assim despede-se o tom
Da adeus a ultima nota,
Ecoa o ultimo som.
Silencio.

Por Marvim Mota

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A Maquina do Tempo

   Por favor, construam uma maquina do tempo!
   Preciso urgentemente de uma dessas. Tantas possibilidades e correções... Voltaria no tempo para encontrar comigo mesmo, me dizer que a separação dos meus pais não seria o fim do mundo... Que eu sobreviveria a recuperação da 5ª série (e da 6ª, e da 7ª, e da 8ª.... ok ok)... Diria pra eu não fantasiar demais os pensamentos sobre aquela namorada, por que não vai dar certo... Em contraponto, me avisaria que aquela garota em quem evitava pensar é em quem eu deveria manter o foco.
   Voltaria no tempo e me alertaria sobre os perigos da curiosidade, sobre as decepções com os amigos infalíveis  sobre a ignorância dos PRÉ-conceitos... Adiantaria meus melhores feitos, evitaria minhas burradas, não perderia tempo com futilidades, me entregaria mais cedo ao Caminho, buscaria mais rápido a Verdade, viveria mais cedo a verdadeira Vida.
   Diria ao pequeno eu que a bicicleta não viria no fim do ano, que se o vento tocar meu rosto enquanto faço uma careta eu não vou ficar assim, e que não adianta orar, Deus não vai me tornar um Power Ranger.
   Provavelmente alterar tantas coisas me faria ser outra pessoa (e não, esse não é o meu proposito), apenas aproveito para imaginar essa fantasia, me permito esses delírios .. É claro que a esse ponto do texto já vi que uma maquina do tempo em minhas mãos é uma péssima ideia, e apenas torço para que o velho eu não faça uso de uma.

Por Marvim Mota

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O Sentimento

"É como se ao invés de andar, eu flutuasse.
Como se o chão se transformasse em nuvens.
Como se pudesse tocar o sol sem sofrer dano algum.
Como se peixes voassem e pássaros nadassem.
Como se nunca existisse preconceitos.
Como se o homem tivesse evoluído, mais do que inventado.
Como se problemas simplesmente não existissem.
Como se no mundo só existissem NÓS e o amor que nos envolve, e nos faz lutar pra ser melhores.
E se alguém, ainda assim, me disser que essa sensação não é amor...
É por que alem de não saber o que é sentir o verdadeiro amor, esqueceu que não viveu o suficiente para dizer isso."

Por R.T


(amei esse texto rsrsrsrs "Marvim Mota")

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Frases de Vinicius Santos

"O ato da criação,é a base do direito soberano de Deus para convocar,escolher ou designar a mesma ao mesmo serviço."

''Se a nossa postura for reprovável,até o que era extraordinário,se tornará uma repugnante benção.Nossas atitudes passadas determinam em potencial o que temos do hoje,gerando assim um consequente amanhã fatal.contaminado ou aperfeiçoado."

"Toda repreensão tem como proposito a correção, e até que essa venha, a primeira continuará a atuar."

Decomposição

   Procuramos razões (motivos, desculpas, escolha o nome que quiser para a estampa, no fim, o produto é o mesmo) para nossas ações. Principalmente para aquelas cujo a finalidade é um prazer fútil e incerto. Precisamos de um empurrãozinho de coragem para nossa falsa moral não ser manchada. E então surgem as mais esfarrapadas frases auto-afirmadas: "no meu caso é diferente"... "Deus perdoa"... "Ah, depois de tudo que passei eu mereço"... E assim seguimos.
   Arriscando o que temos, relativizando a verdade, diminuindo o valor de nossas convicções... "Nos permitindo mudar de opinião"... No entanto, vendamos os olhos para não enxergar o quanto regredimos, sujamos o espelho para que o reflexo não mostre que nos tornamos o que odiamos, tapamos os ouvidos para não ouvir as palavras que dizem que caímos naquilo que tanto condenamos. Sim, nos tornamos o monstro que atormentava nossos pesadelos.
   "Mas e agora? O que dirão as pessoas que tanto confiavam em mim? Não podem saber."
   A solução é fazer cosplay de um sepulcro, criar uma bela lapide, admirada e aplaudida pelos apreciadores da arte, ocultando o cadáver que nos tornamos.
   Dizendo que tudo está bem, e diz isso com uma firmeza tão bem decorada que quase se convence, sim , quase, porque a cada dia que passa o cadáver putrefo se decompõe, e apesar dos outros não sentirem, você reconhece esse odor, por que agora é isso que exala de você.
   Existe uma solução? Uma saída? Um caminho regresso? Claro que sim, mas não será citado aqui. Porque? Aqui não não ha palavras de esperança, mas sim de questionamento. Além disso, acredito que você conhece o caminho, mas talvez o cheiro do cadáver não o incomode o suficiente, não importa... Só me pergunto: Até quando?

Por Marvim Mota

sábado, 29 de setembro de 2012

Observando os Ponteiros

   Tic Tac... Barulho insuportavel.
   Existe aquele momento em que não há nada a se fazer... Na verdade, é pior, não se pode fazer nada. Nenhuma ação efetuada possibilitará uma mudança minimamente boa. Daí sem nada a fazer, a gente espera. Pensando bem, sempre vivemos em espera... Esperando "um algo", um "não sei o que", um "por vir".
   Eu particularmente não aprecio a espera. Sim, sou um imediatista miseravel, esperando a mudança dessa caracteristica. Sim, porque a espera não é opcional, ela vem de bonus no pacote.
   Esperando que a chuva passe, esperando o fim do mes, esperando o amigo atrasado, esperando o poema perfeito, esperando o ônibus chegar, esperando dias melhores. Esperando o fim da espera...
   Mas o que fazer para distrair-nos nos tediosos momentos de espera? Bom, visto que sou um imediatista assumido não me considero a melhor pessoa para aconselhar quanto a isso. Mas como sou autor deste texto, me arriscarei. Acredito que o melhor passatempo é OBSERVAR... melhor, admirar os momentos que passam durante a espera, os detalhes, aqueles singelos... a moça bonita mas sem nome, que tenta desesperadamente abrir o guarda-chuva na garoa, como se sua vida dependesse daquilo... os olhares trocados entre os amigos, com centenas de frases ocultas ali, apenas esperando para serem desvendadas... o movimento lento  da senhora que atravessa a rua, como se o tempo já lhe fosse um velho amigo que lhe confia segredos sobre a pressa...O farfalhar dançante das folhas das árvores tentando nos dizer algo, como uma piada antiga a muito esquecida... Observar a vida e seus detalhes, pois no fim de tudo, são eles que darão sentido a historia, quando a espera terminar... Enquanto isso, esperemos... Tic Tac.

Por Marvim Mota

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Vida

   Nasci. Chorei. Abri os olhos, vi. Mamã, Papá. Escorreguei, não é assim. Engatinhei, quase lá. Andei, aprendi.
   Fui ao colégio  li  Fiz um amigo, soquei o amigo. O que é amigo? Fiz outro amigo, não soquei esse amigo. Brinquei. Conheci novos amigos. Sorri.
   Garotas são idiotas. Garotas são lindas. Uma garota é linda. Primeiro beijo, o que faço com os dentes? é esquisito. Gostei.
   Adolescência. Ninguem me ama. Alguém me odeia. espinha na cara, cabelo cortado, eu sou horrível  Espinha na cara, boné na cabeça, eu sou lindo.
   Nova garota linda. Essa é pra sempre. Não foi.
   Nova nova garota linda. Essa é pra sempre. Não foi.
   Nova nova nova garota linda. Agora é... Não foi.
   Pra sempre sempre acaba na metade.
   Curioso. Saciei-me. Quebrei a cara. Instruí um curioso, não me ouviu, quebrou a cara. Ele instruio outro curioso, que não o ouviu e quebrou a cara. Ciclo.
   Observei, deduzi  concluí, debati com outros. Eu estou certo, observei novamente, mais atenção. Eu estou errado.
   Confiei em alguém  me arrependi, não confio em mais nimguem. Confiei em outro alguém  Valeu a pena voltar atras.
   Jamais errarei nisso...Errei.
   Jamais errarei novamente...Errei.
   Sou falho... Encontrei-me.
   Aproveitar a vida, desperdiçando a vida. Ser um tolo. Deus não existe. Ocultar o desespero, a fome insaciável  Encontrar-se com a luz. Eu não existo, Tu és real.
   Morrer. Nascer. Cristo em mim.

                                                       Por Marvim Mota
 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O Cais


   Caminhei até o fim da ponte, onde as águas encontram a madeira, onde um passo pode me lançar na imensidão azul... O céu nublado contrasta com a beleza do mar, não q o céu n tenha sua beleza... Mas ele está tão triste hoje... E sua melancolia me invade, quase posso sentir sua dor... As primeiras lagrimas celeste caem em minha face e sem saber ao certo o porquê, eu choro com ele.
   Ver o mar sempre me anima sempre me trás alegria. Mas hoje meu olhar volta-se para o céu nublado... Sei que é o mar que me agrada, sei que é sua imensidão que me consome, suas ondas são o que me aliviam a pele e a alma quando me encontram, o som de suas águas é o que me acalmam quando meu espírito está inquieto... Mas ver o céu tão negro chamou minha atenção, e não consigo pensar em outro azul a não ser no que devia estar no firmamento celeste (e, no entanto já não se encontra)... Penso em suas nuvens brancas tão acinzentadas hoje, já não sei se a melancolia pertence a mim ou ao céu, talvez o céu esteja triste por minha causa, por eu sempre ter estado feliz com o mar e ter lhe negado o olhar... Já não sei.
   As lagrimas celestes se intensificam. A superfície do mar borbulha quando as lagrimas o tocam, será que o mar comoveu-se? Ou apenas sofre por hoje eu sofrer com o céu? Quem pode decifrar as expressões suaves que lhe passam quase que despercebido aos demais?
   Sei que jamais deixarei de nadar no mar, e sei que o céu não estará nublado para sempre... Assim como minha melancolia não estará presente em mim por muito tempo, libertando-me assim da dor de sofrer sozinho, enganando-me com o céu e o mar para fingir que alguém se importa.

Por Marvim Mota

sábado, 22 de setembro de 2012

E Deus continuou sendo Deus, 
E a vida continuou seguindo, 
Eu continuei sorrindo...sem problemas, 
Talvez uns poucos, 
Mas tudo está lindo.

Marvim Mota

Dês de quando é errado fazer o que tem que ser feito?
Mesmo com defeito humano é engano pensar que se pode achar um defeito perfeito... 
Sempre esse será um pouco muito, a busca da perfeição de antes ..
Vivendo agora, sonhando com futuro.

Vinicius Santos

quinta-feira, 20 de setembro de 2012




 Pooois é galera o “Se Ti Contos” se tornou “Joga na Gaveta”... pq? Vc  se pergunta... Bom, eu escrevo outros gêneros além de contos... Por isso decidi mudar o nome do blog para poder guardar aqui outros textos q vão variar bastante de gênero e tema... Ainda irei postar meus contos, e novos deles estão chegando... Outra novidade é a colaboração de meu brother Vinicius que também vai dar o ar de sua graça nos textos.
   Enfim, espero q gostem dessa nova fase... ah e garanto q vou tentar postar  com mais frequência... hehehe.
  Inté!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O Cavaleiro e o Dragão




   O vento frio da noite raspava em seu rosto, o trotar veloz do cavalo ritmava-se com seu coração palpitante, sabia que essa estrada o levava ao momento de sua vida, a batalha contra o ultimo dragão. Não era o único caçador de dragões, mas com certeza o mais destemido.
   Chegou a enorme entrada da caverna onde a besta habitava. Deixou o cavalo à entrada e pôs-se em direção ao confronto.
   A caverna era fria e escura, a luz da lua não adentrava no local, ele não contava com isso e temeu um ataque furtivo da criatura em meio à escuridão, pensou em sair e retornar com uma tocha. Neste momento uma rajada flamejante foi lançada da escuridão a sua frente, instintivamente o cavaleiro ergueu o escudo, mas não foi necessário usá-lo, pois  o fogo passou distante de si, atingindo um amontoado de madeira a sua direita criando uma fogueira.
   As chamas iluminaram o local, e assim ele avistou a criatura, o ultimo dragão. Era o maior que já havia visto, estava a sua frente deitado de bruços mas com o pescoço erguido, mostrando a imponência que só os dragões possuem:
- Presumo que veio matar-me. (Disse o Dragão em sua voz grave e rouca, porém de alguma forma suave e mansa).
- Já estás morta criatura, só não sabes.
- Se tua espada for tão afiada quanto tua língua, de fato, estou com problemas.
- Zombas de mim?!
   O cavaleiro preparou o golpe, mas a pergunta do Dragão o parou:
- Por que me odeia?
- És um Dragão, e perguntas por que te odeio? (questionou o cavaleiro).
- Não escolhi ser o que sou.
- Mas escolhestes tuas ações, tu e os da tua raça queimais o meu mundo para se alimentar das cinzas.
- Teu mundo?! Meus antepassados já desbravavam os céus quando tua espécie se deliciava em chafurdar-se na lama.
- Se calculas pelo tempo verás que o mundo é das baratas, calcule pela quantidade e admita que pertence aos homens.
- O domínio da tua raça te deu o direito de matar a minha?
- Não, as tuas ações me deram.
- Já me viu atacando? (perguntou o Dragão semicerrando os olhos).
- Talvez.
- Garanto que se tivesse visto não te esquecerias.
- Vede, admites que atacou humanos. (gritou o cavaleiro brandindo a espada).
- Não cavaleiro, admito apenas o instinto que habita em mim, jamais pronunciei ataque a tua espécie.
   O cavaleiro percebeu que havia diferença. Sentiu algumas duvidas penetrarem seu coração. Neste momento refez sua guarda gritando:
- Não penses que tuas palavras me impedirão de matar-te.
- Não desejo te impedir, por que desejaria?
   Achou que seus ouvidos o estavam enganando:
- Como?(perguntou o cavaleiro).
- Por que deveria eu resistir à morte?
- Não clamarás por tua vida?
- Onde está o sentido da minha vida? Se sigo meus instintos e faço uso de minhas chamas, causo ira a tua espécie e estes me caçam... Meus companheiros de raça foram mortos, já não há mais companhia ao mergulhar nas nuvens... O céu já não me satisfaz, a noite é silenciosa, e os rastros das minhas chamas são sinais para meus caçadores. Sou o ultimo da minha espécie e não haverá outro após mim... Por que deveria resistir a minha morte?
   O cavaleiro meditou nas palavras do Dragão sentindo o pesar que havia nelas. Ao baixar a guarda o Dragão moveu-se velozmente o tragando entre seus dentes e o devorou.
   Cuspiu a espada e a armadura numa pilha de ossos atrás de si, apagou a fogueira e recostou a cabeça ao chão esperando que o próximo cavaleiro seja como os outros e use a língua ao invés da espada.

Por Marvim Mota

Contato Alienígena




   Primeiro vieram os boatos, e como todos nós sabemos: Boatos não merecem credito. Então a vida seguiu.
   Mas a NASA confirmou e a TV anunciou. Como todos nós sabemos: A TV não mente.
   Sim, uma nave espacial estava vindo em direção a Terra. Ouve pânico: Seria um ataque? Uma invasão? Uma tentativa de aliança planetária? Um estudo sobre anatomia e hábitos humanos? Muitas duvidas e nenhuma resposta.
   A NASA tentou um contato via satélite, mas não ouve retorno. Calcularam o horário e local de pouso dos alienígenas... Xiquexique, Bahia, Brasil. As duvidas aumentaram: O que havia nessa minúscula cidade?
   Rapidamente procuraram registros de alguma anormalidade no local, mas nada foi encontrado. Enquanto isso, tropas militares armaram base ao redor da área de pouso, munidos de artilharia pesada, com apoio aéreo e (secretamente) ogivas nucleares caso fosse necessário.
   Ao horário calculado (12h25min), as nuvens abriram espaço, e o enorme disco voador surgiu no céu. A nave pouso, até o mais bem equipado soldado tremeu: Seria esse o fim da raça humana?
   Uma porta se abriu, dela pôde-se avistar a criatura, um alienígena, sim, um autêntico extraterrestre. Da maneira como o imaginamos. Baixinho, verde, olhos pretos enormes e uma cabeça grande (não tão grande quanto a deste autor que vos fala).
   As armas foram apontadas. O capitão bradou pelo megafone a principal pergunta: Vieram em paz?
   O ET caminhou a frente com o olhar fixo ao chão, parecia não ter ouvido, ou estava ignorando... Andou mais um pouco e parou. Só então os terráqueos presentes observaram o pequeno formigueiro que havia ali. O alienígena agachou e observou imóvel as formigas... Levantou-se, voltou para a nave e foi embora.

Por Marvim Mota
“Um dia os homens irão descobrir que esses discos voadores estavam apenas estudando a vida dos insetos.”
(Mario Quintana)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Quero ser um “Duas Patas”




  Há muitos anos atrás em uma pacifica floresta, os animais viviam tranqüilos em seus lares, despreocupados com o que ocorria no mundo afora.
  Até que em uma pacata família de ratos, o ratinho mais novo espantou toda a família com a noticia:
-Eu já sei o que quero ser. Quero ser um “Duas Patas”.
  A mãe desmaiou, o pai teve um aumento de pressão e o irmão mais velho entalou-se com um pedaço de queijo. Depois que todos se acalmaram, resolveram conversar com o pequenino para tentar mudar sua idéia. Mas foi em vão, parecia que nada podia tirar aquele louco sonho de sua pequena cabeça.
  Resolveram levá-lo ao leão, o psicólogo. O ratinho ficou a sós com o doutor e este começou a sessão:
- A quanto tempo você tem essas visões?
- Que visões?
- Do Elefante rosa.
- Que Elefante rosa?!
- O meu Elefante rosa, ora essa. Ele é lindo, alto, forte, robusto, rosa, com aquela tromba enorme, fico até arrepiado...
- Doutor... estamos aqui pra resolver o meu problema não é? (falou o rato).
- Ah claro, claro. Mas, qual seu problema?
- Bem, eu quero ser um Duas patas.
  O Leão saltou de sua poltrona:
- Pela cutícula da Pantera! Garoto, por que quer isso?!
- É que acho que assim serei mais valorizado.
- Olha lindinho, isso já não é mais comigo ta?
  Chamou os pais do rato sonhador, e disse-lhes que deviam levá-lo ao rei, o porquinho-da-índia.
  Os pais marcaram hora, e no dia seguinte foram ao palácio. Ao chegarem, foram atendidos pelo próprio rei que quis ficar só com o rato. Já nos aposentos luxuoso, ele perguntou:
- Por que quer ser um duas patas?
- Acho que assim eu terei algum valor. (disse o ratinho)
- Olhe garoto, os duas patas são maus e muito complicados, nem eles se entendem, veja só, eles destroem o próprio mundo.  Além disso, não há problema algum em ser um roedor.
- Pra o senhor é fácil falar, é rei.
- Como assim? Acha que foi fácil chegar aqui? Eu vim do gueto guri... Sem contar esse nome que sempre me serviu de chacota... Eu não sou um porco... E eu não vim da Índia, que diabo de nome é esse que me deram? Mas, voltemos a falar de você... Qual problema em ser um rato?
- Os ratos são fracos.
- Fracos? Vocês assustam as mulheres dos Duas patas, até os elefantes temem vocês? Não sabia?
- Os elefantes?
- Bom, menos o elefante rosa, esse é meio esquisito então melhor não tentar.
- Mas e quanto aos gatos?
- Isso é um caso a parte, mas nada que uma amizade com um cão não resolva, só evite os pinches, esse costumam ter voz grossa, mas... Bom você deve ter visto algum, sabe do que to falando.
  Os olhos do pequeno radiaram com as possibilidades. O rei prosseguiu:
- Escute garoto, esqueça isso, siga a sua vida. Não a nada melhor do que ser você mesmo.

Por Marvim Mota

Übermensch




 No principio havia o homem e a mulher, eles viviam no Kansas e tinham a normal vida pacata de fazendeiros. Até o dia em que as estrelas caíram do céu, no fragmento das estrelas eles encontraram um bebê. Levados pela misericórdia e crendo ser um milagre o tomaram como filho.
  Com o passar dos anos não foi difícil perceber que não era humano: Nada o feria, sua força era inigualável, as chamas do sol saiam de seus olhos e o céu não era seu limite. Alem destas, outras características deixavam claro que o garoto não era um de nós, assim como ele mesmo percebeu.
  O homem e a mulher o ensinaram que devia agir como um humano, e evitar problemas. O garoto observou os humanos e assimilou a si aquilo que viu neles... Quando estava com os demais agia como um tolo, desengonçado, “míope”, com um penteado ridículo. Não compreendia a busca pelo dinheiro, assim como o emprego, mas eram hábitos terráqueos e quando chegou o momento ele escolheu o disfarce de jornalista. Pois os humanos sempre buscavam conhecer o mundo, mesmo não se conhecendo.
  Em seu trabalho de jornalista viu que a violência e o caos humano eram maiores do que imaginara. Eles destruíam-se de diversas maneiras... Ao mesmo tempo clamavam por alguém que os salvasse.
  Decidiu realizar uma parte da utopia humana. Precisava de um uniforme tão ridículo como suas fúteis motivações. Sim, um collant azul, uma capa vermelha, um par de botas e uma cueca vermelha por cima do collant apertado.  Era agora a infantilidade humana materializada.
  Voou cortando o céu, impediu assaltos, apagou incêndios, deteve assassinatos, finalizou seqüestros e foi noticia... O sol se pôs, depois de um tempo a lua também, esse foi o primeiro dia.
  Foi divertido por um tempo, sempre sorria quando o ovacionavam, era engraçado ver como eram bobos. Ouve músicas e galerias de arte em sua homenagem, virou moda usar cueca por cima da calça. E quando algo era excelente todos diziam que era “super”.
  Mas a brincadeira perdeu a graça, sempre soube que não resolveria as mazelas humanas... Mas começou a se importar, e sabia que lutar contra bandidos e incidentes naturais não resolveria. A brincadeira acabou.
  Queimou o uniforme, e trajou-se de calça social, terno e gravata. Pensou em pronunciar-se pela internet, mas mudou de idéia e voou até uma emissora de TV. Lembrou-se que os humanos não contestam a televisão.
  Em uma transmissão mundial afirmou:
- O mundo é meu.
  Em seguida iniciou o extermínio dos lideres mundiais. As forças armadas uniram-se para impedi-lo, inutilmente. As nações que antes tinham suas diferenças uniram-se para eliminá-lo. Mas seus exércitos não prevaleceram, pois armas são maquinas empunhadas por humanos e ele era um deus. E deus não morre.
  Vencida a guerra: Depôs os governos, unificou as nações, desfez o mundo de armamentos nucleares, destruiu o comercio (tudo é de todos), plantou no deserto, distribuiu alimento, acabou com a fome, matou os criminosos, acabou com a violência... Em tese, salvou o mundo.
  Mas por que há temor no coração dos homens? A paz reina. Por que as crianças choram quando o vento sopra? A fome acabou. Por que caminham olhando fixo para o chão? Por que há silencio nas ruas? Por que temem o céu?
  Contemplai humanidade, teu temor foi deposto e é a ti mesmo que temias. Vede pois a realização do teu delírio. Vede; eu anuncio-vos o Superman, é ele esse raio, é ele esse delírio.

Por Marvim Mota

A Carta




   Olá, faz um tempo que não nós falamos, eu vim por meio dessa carta tentar retomar isso. É provável que não reconheça mais a minha escrita, portanto vou me apresentar... Sou eu, o Espírito Santo.
   Ultimamente tenho lembrado o nosso primeiro encontro, não sei se você lembra, mas, eu nunca me esqueci: Você orava de olhos fechados, eu te olhei e achei aquilo tão lindo... Sua sinceridade, sua inocência. A medida que eu me aproximava, suas pernas tremiam, e quando eu te abracei, foi como uma explosão. Você não entendia direito o que estava acontecendo, mas, não queria que acabasse.
   Depois daquele dia você estava cheio, se pudesse evangelizava o mundo inteiro. Naquele tempo tivemos muitos momentos juntos, mas alguns realmente me emocionaram. Como daquela vez que você decidiu fazer uma apresentação pra mim. Estava tudo tão lindo, tão verdadeiro que eu não me contive em ficar só olhando e decidi participar com você. A minha presença afetou tanto você que quase não conseguia terminar a apresentação.
   Foram momentos realmente belos. Quando você cantava, quando você tocava, quando você dançava... Verbos no passado... Acredito que começou quando você assistia a aquele filme que continha umas coisas meio obscenas no meio. Eu sabia o que viria, então falei no seu ouvido:
- Por que não para pra ler a Bíblia?
   Você ouviu, pensou e escolheu o filme. No momento das cenas que eu mencionei você nem se preocupou em avançar, pensou:
- Que mal pode haver?
   E usou os olhos que eu santifiquei para apreciar o pecado e lembrar-se do mundo.
   Em outra vez, você estava com aqueles seus amigos que não são cristãos. Eu nunca vi mal nisso, até por que você fazia a diferença entre eles... Até aquele momento. Um deles havia comentado um caso engraçado que aconteceu. Logo em seguida outro disse que isso parecia uma piada, e logo elas vieram. A sessão de piada começou bem natural, algumas eram realmente bem engraçadas, mas logo ganharam certa vulgaridade, e depois se tornaram visivelmente imorais. Lembrei a você que não devia estar ali, mas você não queria sair, estava se divertindo. Então você abriu a boca e contou o caso mais sujo do que todos aqueles já mencionados. Todos riram, exceto eu. Foi demais pra mim, aqueles eram os lábios que me adoravam? Que cantavam louvores a mim?
   Com o tempo, você já não lia a palavra, reduziu a freqüência nos cultos e deixou de falar comigo.
   Mas ouve aquele culto, lembra? Eu tive liberdade para agir e estava tocando na maioria da congregação. Foi maravilhoso. E em meio a aquela agitação... Eu ouvi a sua voz, estava falando comigo, estava orando novamente! Você disse que estava triste, por que toda a igreja sentia minha presença, era tocada por mim e você não sentia nada. Você sentiu minha falta, você queria um abraço meu.
   Eu corri para abraçá-lo... Mas, não consegui. Você estava sujo, o odor do pecado estava impregnado em você. Eu queria, eu tentei, mas não pude.
   Esperei você chegar a sua casa pra conversar, mas você se deitou e dormiu. Tudo bem... Estava cansado, eu entendo. Esperei que você falasse comigo no dia seguinte, mas não teve tempo... Até que você se acostumou com a minha ausência.
   Então lhe enviei essa carta, eu sei que agora está com receio, mas não tenha medo, não é uma carta de repreensão, só quero que veja a historia do meu ponto de vista, quero que saiba o que senti... O que ainda sinto... Eu sinto saudade de você, sinto falta da sua alegria, sinto falta de sua voz cantando, sinto falta dos nossos momentos. Sinto falta da nossa amizade.
    Ainda estou esperando, e você sabe que estarei ouvindo caso queira me dizer algo agora.

Com amor... Seu amigo: Espírito Santo.

“Digitado por” Marvim Mota